A Cidade
Pinto Bandeira
A colonização em Pinto Bandeira, na época Silva Pinto, iniciou no ano de 1876. Os primeiros grupos que aqui chegaram se estabeleceram nas Linhas Jansen e Jacinto. Além de muita disposição para o trabalho, trouxeram consigo um profundo sentimento de religiosidade e fé. Com muito esforço abriram a mata, construíram rústicas casas altas do chão para abrigarem-se das intempéries e protegeram-se dos animais.
Os problemas que surgiram foram aos poucos sendo superados por meio da união e da oração. Depois das moradias, os imigrantes empenhavam-se na construção da capela. A princípio simples e de madeira, era lugar onde poderiam encontrar aconchego de tudo que deixaram para trás, de sentirem-se próximos de suas origens. Com o passar dos tempos, com a vida melhorando na comunidade, erguiam-se capelas de alvenaria e capitéis em propriedades particulares.
O primeiro nome da atual Pinto Bandeira, foi Silva Pinto. Relatos da tradição oral dizem que a denominação se deve ao engenheiro ajudante que traçou linhas e lotes no atual Município, o Bacharel Antônio Innocêncio da Silva Pinto. A denominação permaneceu até 1º de maio de 1902, quando por meio do Ato Nº 1, de 1º de maio de 1902, o Intendente de Bento Gonçalves, Coronel Antônio Joaquim Marques de Carvalho, a mudança de nome para Nova Pompeia. A alteração da denominação da localidade ocorreu alguns dias antes do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Pompeia ser entregue ao culto.
A localidade foi elevada à condição de quarto distrito de Bento Gonçalves em 15 de janeiro de 1913 pelo Ato Municipal Nº 4, sendo designado como primeiro subintendente o senhor Lívio Maria Arpini, nascido em Cremona – Itália em 1870. Arpini imigrou para o Brasil com seus pais no ano de 1876.
Em 16 de abril de 1996, por meio da Lei Estadual Nº 10.749, o governador do estado na época, Antônio Britto, criou o município de Pinto Bandeira. A primeira eleição municipal aconteceu em 1º de outubro de 2000, resultando na eleição de Severino João Pavan. A instalação oficial do município ocorreu em 1º de janeiro de 2001.
Pinto Bandeira permaneceu na condição de Município no período de 2001 a 2003. Neste ano o município foi extinto, restabelecendo-se sua antiga situação.
Em nova decisão do Supremo Tribunal Federal, anunciada em 10 de julho de 2010, a ministra Cármen Lúcia considerou válida a EC Nº 57/2008. A Emenda Constitucional Nº 57, de 18 de dezembro de 2008 por meio do Art. 96 dispõe que ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. Com essa decisão, Pinto Bandeira voltaria a ser um município do Rio Grande do Sul. Embora tenha sido aprovado pela decisão do STF, o distrito continuou sob a jurisdição de Bento Gonçalves até que as eleições fossem consumadas, em 07 de outubro de 2012, resultando na eleição de João Feliciano Menezes Filho, candidato único para a majoritária, decisão tomada em consenso. A posse do novo prefeito e dos vereadores deu-se em 1º de janeiro de 2013.
Localizado em um dos pontos mais belos da Serra Gaúcha, entre o Rio das Antas e o Rio Buratti, o Município conta com altitudes que variam de 150 a 800 metros. O relevo montanhoso, o clima, o solo e a localização possibilitam às frutas da cidade uma maturação mais lenta e com ótimos níveis de qualidade nos aspectos de cor, sabor e textura.
Pinto Bandeira foi reconhecida como a Capital Estadual do Pêssego de Mesa por meio da Lei Estadual nº 15.341, de 02 de outubro de 2019. A colheita anual é de aproximadamente 20 milhões de quilos/ano. O município também produz para consumo in natura grandes quantidades de ameixa, caqui, nectarina, maçã, laranja e bergamota.
A localidade é também consagrada por suas uvas, vinhos e espumantes de alta qualidade possuindo, inclusive, Indicação de Procedência Geográfica, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Em novembro de 2022, Pinto Bandeira tornou-se a primeira denominação de origem para espumantes do Novo Mundo. A Denominação de Origem Altos de Pinto Bandeira é a primeira fora da Europa exclusiva para espumantes
Outra marca da cidade é sua tradição religiosa. A partir de um quadro trazido da Itália em 1897, iniciou-se o culto a Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, que culminou na construção da primeira igreja em homenagem a essa devoção no Rio Grande do Sul em 1902. Em 1915 o belo templo em estilo romano clássico foi elevado à condição de santuário, transformando-se então no primeiro santuário mariano do estado. A religiosidade expressa-se também na grande concentração de capitéis, espalhado pelos caminhos do interior.
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